– por Guilherme Bakunin
Ao tocar no campo de trigo ao voltar para o seu lar depois do combate, ainda vestido de soldado, Maximus, com uma interpretação brilhante de Russel Crowe, encarna muito bem a postura de um homem de Roma. Nasceu como agricultor, é soldado e político. O toque na planta denuncia muito mais do que uma composição visual bacana, mas sintetiza a função do civil romano, sua cultura, sua vida, através de corretos, quando necessários, registros históricos. É importante ter em mente que essa obra-prima de Ridley Scott não é a documentação de um fato histórico e não pode, jamais, ser criticado por isso. Antes, porém, é um trabalho inteligente e preciso sobre um momento, composto por décadas ou séculos, do império mais poderoso que já existiu.
Maximus é um nobre e dedicado soldado do império, leal ao imperador Marco Aurélio. Durante um combate onde Maximus, como general, procura impedir a invasão dos bárbaros germânicos, ele toma ciência do fato que o imperador, já velho, quer entregá-lo o trono. Commodus impede, matando seu pai, Marco Aurélio, assumindo o trono. Enquanto isso, Maximus é ferido, se perde de seu exército, torna-se escravo e depois gladiador, e começa a disputar batalhas ferozes até chegar na capital, no Coliseu.
Grande parte da beleza do filme está aí. Maximus é um cidadão de destaque para Roma, saiu do campo, ascendeu como soldado, decaiu, transformou-se, pelo destino, como se uma força maior exercesse algum controle sobre sua vida, escravo, e depois gladiador. Da plateia, saltou para o circo, passeando por diversas camadas políticas e sociais, representa várias classes, elementos. Podemos começar a ver o filme principalmente sobre essa ótica: não um mera história ambientada na antiguidade, com atos nobres e heroicos, mas um retrato humano de uma humanidade ativa, poderosa, que conquistou meio mundo e deixou marcas para sempre na história. Somos mais romanos do que desejaríamos. Nosso direito, nossos dogmas, nossas convenções, nossa arquitetura e nosso pequeno universo derivam diretamente daquele império e é, provavelmente, isso que Scott tenha desejado mostrar, afinal, mesmo o poster do filme já evoca a continuidade interrupta: ‘o que fazemos em vida ecoa por toda a eternidade’, um caráter notável principalmente se pararmos para pensar que era exatamente esse o aspecto que girava o mundo durante o período do crepúsculo do império: o povo romano levantavam monumentos, esculpiam retratos e erguiam sepulcros, acreditando que através dessas coisas, jamais estariam completamente mortos.
Seus memoriais trabalham muito menos com a índole da pessoa – algo que se tem certo destaque em funerais atuais – e muito mais com suas obras. É por esse motivo que a honra adquire uma importância muito mais fundamental da vida daquelas pessoas, e é aí que encontramos a motivação que engatilha a história de vingança de Maximus. O resgate da honra, o acerto de contas consigo mesmo, o culto aos antepassados e à família, as conspirações, as neo-filosofias, os jogos de poder, a mente megalomaníaca… Roma está retratada em Gladiador, não sob a ótica de um documento fiel, mas na elaboração ficcional de um épico. A retratística não é perfeita, o filme possui pequenos ou grandes erros (vai depender de quem assiste), mas a mensagem é clara.
5/5
Gladiador (Gladiator) – 2000, EUA. Dir.: Ridley Scott. Elenco: Russew Crowe, Joaquim Phoenix, Connie Nielsen, Oliver Reed, Richard Harris, Derek Jacobi, Djimon Hounsou.
1 de outubro de 2009 at 0:18
Guilherme, SHAME ON YOU TOTAL.
Gladiador = meu ovo esquerdo
1 de outubro de 2009 at 2:38
gosto do guilherme ta cada vez mais podre;
1 de outubro de 2009 at 6:59
vocês não sabem de nada
1 de outubro de 2009 at 11:55
Troy = Ivo Holanda
(se não entenderem a piada, podem perguntar) ¬¬
1 de outubro de 2009 at 13:37
Troy = Ney Matogrosso
1 de outubro de 2009 at 14:09
Pô cara, Ridley Scott só fez dois filmes bons.
obs: e um deles não é gladiador
1 de outubro de 2009 at 14:17
Ridley Scott só fez Alien.
porque Blade Runner só vale pela GOSTOSA da Daryl Hannah. incrível, ela tá MUITO mais gostosa do que há 20 anos atrás, parece uma Monique Evans que deu certo!!!11
1 de outubro de 2009 at 14:17
Não fala mal do Ney.
1 de outubro de 2009 at 14:43
Poxa, se o Scott fez filmes bons e Gladiador não é um deles, quais seriam, só Blade Runner e Thelme & Louise? Eu não sou nem um pouco partidário da filosofia do ‘cumpre o que promete’, mas o que vocês esperavam de Gladiador? Por que é ruim?
agora to sinistro!!1
1 de outubro de 2009 at 15:42
“Poxa, se o Scott fez filmes bons e Gladiador não é um deles, quais seriam, só Blade Runner e Thelme & Louise?”
já falei, ele só fez Alien.
não esperava nada de Gladiador, e também não recebi nda em troca que me convecesse que o filme era bom.
eu até poderia listar os motivos, mas sei lá, são subjetivos.
1 de outubro de 2009 at 16:26
Troy, Gladiador é ótimo, liga pra eles não.
1 de outubro de 2009 at 16:28
sua bunda
1 de outubro de 2009 at 18:33
post mais polêmico do blog até agora!!!
1 de outubro de 2009 at 21:50
Pô cara, Ridley Scott só fez dois filmes bons.
obs: e um deles não é gladiador [2]
(a saber: ALIEN e BLADE RUNNER)
E eu até gosto de Gladiador … Mas daí pra achar obra-prima há um grande abismo.
1 de outubro de 2009 at 22:17
PAREM DE COMENTAR NESSA PORR@ E COMENTEM EM THE THING SEU BANDO DE FILHO DA TRUTA
7 de outubro de 2009 at 11:31
Gladiador é jóia… curto assistir sempre pelo visual, mais do que pelo roteiro – dou um fast forward nas sequências do Imperador e da irmã.
Defenestrar o filme porque ele é comercial demais ou porque não se compara a outras obras do Scott, ou dizer que ele é horrível é não ter noção de quanta coisa horrível de verdade surge todos os anos. Gladiador é jóia em suas maiores qualidades, e um pé no saco onde ele pisa na bola. O que me dá algo como 3 estrelas…
E não existe polêmica em gostar desse ou daquele filme… polêmica maior mesmo é querer convencer alguém de que o que ele gosta é ruim porque outra pessoa acha. Isso e petulância.